O consórcio OPT-MVAC irá apoiar a implementação de vacinas contra a malária em 14 países da África Central e Ocidental.
- As vacinas contra a malária recomendadas pela OMS podem reforçar as estratégias de prevenção da malária e ajudar a salvar anualmente dezenas de milhares de crianças.
- O consórcio OPT-MVAC está a aproveitar a rede desenvolvida através do OPT-SMC, um consórcio que tem expandido o uso de medicamentos (quimioprevenção sazonal da malária) para proteger as crianças em África.
- O consórcio promoverá também uma maior aceitação da vacinação e sensibilizar para a importância de uma abordagem integrada para a prevenção e controlo da malária, que combine de forma optimizada vacinas, medicamentos e redes mosquiteiras.
Genebra, Suíça – 24 de abril de 2025. Em 2023, a Organização Mundial de Saúde atualizou a sua recomendação relativa às vacinas contra a malária, incluindo as vacinas RTS,S/AS01 e R21/Matrix-M, representando um marco histórico na prevenção da doença, com o potencial de salvar dezenas de milhares de crianças todos os anos. No entanto, para concretizar plenamente este potencial, é essencial acelerar e optimizar a implementação da vacinação, garantindo o acesso às pessoas que delas mais necessitam, especialmente em contextos onde a transmissão da malária é altamente sazonal.
Em resposta a esta necessidade urgente, oito instituições europeias e africanas juntaram-se a 14 países da África Central e Ocidental em diferentes fases de implementação da vacinação contra a malária para formar o consórcio OPT-MVAC (Optimizing Malary Vaccine Adoption). Em conjunto, estes parceiros irão realizar investigação sobre a implementação da vacinação para otimizar as estratégias de distribuição adaptadas aos contextos locais e partilhar boas práticas em toda a sua rede.
O consórcio OPT-MVAC beneficia da rede, das lições aprendidas e da experiência desenvolvida através do OPT-SMC, um projecto de optimização da quimioprevenção sazonal da malária que conta com alguns dos mesmos parceiros institucionais, incluindo a London School of Hygiene and Tropical Medicine, a Université Iba Der Thiam de Thiès, a OMS-TDR e a Medicines for Malaria Venture. Uma vez que as vacinas contra a malária serão implementadas em conjunto com outras intervenções preventivas, como medicamentos de quimioprevenção, a oportunidade de combinar a experiência em medicamentos e vacinas pode apoiar os esforços para operacionalizar ambas as intervenções.
Lançado no início de 2025, o projeto OPT-MVAC, com a duração de 4 anos, é cofinanciado pela Developing Countries Clinical Trials Partnership 3 (Global Health EDCTP3) Joint Undertaking , pela União Europeia, pela Secretaria de Estado Suíça para a Educação, Investigação e Inovação (SERI), pelo UK Research and Innovation (UKRI) e pela Access and Delivery Partnership (ADP).
Uma das principais actividades da parceria será colaboração com os programas nacionais de imunização, farmacovigilância e malária dos países parceiros, icluindo financiamento sob a forma de subsídios para apoiar a monitorização da introdução das vacinas, bem como o desenvolvimento, a implementação e a avaliação de estratégias respondam a potenciais barreiras.
África continua a suportar a maior parte da carga global da malária, representando cerca de 94% dos casos e 95% das mortes relacionadas com a doença em 2023. As crianças com menos de 5 anos são as mais vulneráveis às formas graves da doença e representaram 76% de todas as mortes por malária na região em 2023.1
Após dez anos de estagnação, há agora três fortes razões para acreditar que podemos avançar rumo a zero mortes por malária: novas ferramentas de controlo de vectores, uso alargado de medicamentos preventivos como a SMC e a primeira geração de vacinas. As ferramentas complementam-se e, segundo a OMS, “o maior impacto será alcançado através de uma combinação de intervenções”.
“Expandir o conjunto de ferramentas de prevenção da malária com vacinas e apoiar os países na sua implementação é essencial para os esforços de controlo e eliminação da malária”, afirma o Dr. Michel Vaillant, responsável do Centro de Competência em Metodologia e Estatística do Luxembourg Institute of Health, instituição que coordena o projecto OPT-MVAC. “O nosso projeto irá aproveitar o impulso, criado pelos esforços dos países parceiros, para acelerar a distribuição de vacinas e alargar a cobertura vacinal.”
Forjar parcerias para expandir as intervenções de prevenção da malária
O OPT-MVAC inspira-se no consórcio OPT-SMC, cofinanciado pelo EDCTP2, que colabora com programas nacionais de malária em vários dos mesmos países da África Ocidental e Central para optimizar a entrega da SMC. Em 2024, cerca de 54 milhões de crianças em risco de malária grave receberam a SMC, em comparação com apenas 170 mil em 2012, quando a intervenção foi implementada pela primeira vez em 19 países africanos onde a transmissão da doença é altamente sazonal. Esta expansão, facilitada por projectos como o OPT-SMC, salvou centenas de milhares de vidas infantis.
“O consórcio OPT-MVAC reúne os mesmos parceiros institucionais do OPT-SMC, com a adição de de quatro novas instituições que reforçam a componente específica de vacinas, bem como muitos dos mesmos países de implementação de implementação na África Ocidental e Central”, explica Jean-Louis Abdourahim Ndiaye, Diretor de Investigação e Inovação Científica da Université Iba Der Thiam de Thiès (Senegal), que lidera cientificamente o OPT-MVAC. “Estamos a aproveitar a nossa rede de parceiros experientes na prevenção da malária para acelerar a implementação da vacina contra a malária, ao mesmo tempo que promovemos uma maior aceitação da vacinação e aumentamos a consciencialização sobre a importância da prevenção e do controlo da malária.”
Reunião de arranque e workshop de farmacovigilância
De 28 de Abril a 2 de Maio, os parceiros institucionais e dos países implementadores do projecto OPT-MVAC reúnem-se em Rabat, Marrocos, para uma reunião de arranque de uma semana. O encontro incluirá workshops de farmacovigilância e a partilha de atualizações sobre o estado da implementação das vacinas nos países parceiros.
O evento é organizado pelo Rabat Collaborating Center (RCC), responsável pelo actividades do projecto em segurança e farmacovigilância das vacinas contra a malária. A participação dos programas nacionais de imunização, farmacovigilância e malária dos países parceiros, sublinha o papel central destes na condução e sucesso do projecto, dado que as suas experiências de implementação podem apoiar a adesão às vacinas contra a malária em toda a região.
“Tenho esperança de que esta iniciativa ajude a compreender melhor a aceitação da vacina contra a malária nas comunidades, bem como o seu impacto na morbilidade e mortalidade em crianças com menos de 5 anos na sub-região da África Ocidental”, afirma o Professor Tchin Darre, Ministro da Saúde e Assuntos Públicos do Togo. Higiene. “Os resultados esperados deste projeto irão orientar eficazmente as nossas decisões para melhor proteger as crianças e contribuir para o seu crescimento e desenvolvimento saudáveis, garantindo o capital humano do futuro.”
Sobre o OPT-MVAC
Os oito parceiros institucionais do OPT-MVAC são: Luxembourg Institute of Health (Luxemburgo), Université Iba Der Thiam de Thiès (Senegal), Université Cheikh Anta Diop de Dakar (Senegal), European Vaccine Initiative (Alemanha), the UNICEF/ UNDP/World Bank/WHO Special Programme for Research and Training in Tropical Diseases – TDR (Suíça), Medicines for Malaria Venture (MMV, Suíça), Rabat Collaborating Center (Marrocos) e London School of Hygiene & Tropical Medicine (Reino Unido).
Os 14 países parceiros implementadores, representados pelos respetivos programas nacionais de imunização, farmacovigilância e malária, são: Benim, Burkina Faso, Camarões, Chade, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Costa do Marfim, Mali, Níger, Nigéria, Senegal e Togo.
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